APENAS UMA MENINA !




Tudo mudou e sou apenas uma menina, não tão menina na idade, mas menina na vida. Como minha irmã diz, parece que não cresci, fico brincando de faz de conta, adoro histórias, entro nas histórias que escrevi, me vejo; se possível, até interpreto. É um outro mundo. Daí, me vejo quando leio algo que escrevo. Por isso, sinto falta de mim mesma quando não escrevo.Quando leio, entro no livro, faço dali uma vida. Quando era criança, achava que a minha casa era uma novela, também, que estava passando na televisão de alguém, e, às vezes, ficava fazendo tipo ou falava sozinha, porque achava que alguém estava me vendo e queria ser a personagem que todo o mundo gostava. Daí, me arrumava, achando que estava me assistindo, imaginava, assim, que no banheiro não tinha câmera, porque senão iam me ver pelada, ou seja, sempre imaginei que minha vida era um história, até entender que tinha que estar lá do outro lado, que ali não tinha câmera e comecei a imaginar como iria entrar dentro da TV para poder aparecer lá. 



Depois, chegou um tempo que entendi,  mas continuei sonhando, e toda noite, antes de dormir, imaginava uma história comigo mesma, era indispensável, calculava dez minutos antes do sono, tipo assim: “Não estou com muito sono, então, vou dormir para dar tempo de imaginar como será minha vida. Daí, imagine-me, grande, adulta, fazendo tanta coisa.” Até que passou, mas continuei falando sozinha.

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