HOJE É DOMINGO (INTIMA ESTRANHA)
Começou sem saber o começo. Eram cúmplices. Andava para lá e para cá, como uma missão natural de sobrevivência. Ora ela ia, ora ele vinha, e assim se enlaçavam feito nós de corda. Não sabiam ao certo o que ligava um ao outro, talvez um impulso de excitação, cada vez que os olhos encontravam-se arteiros, ou a mesma vontade de libertar-se de um sei lá de quê que fantasiavam. Hoje cedo, quando ela levantou-se releu o bilhete que ele lhe entregara pouco antes de despedir-se e seguir pela rua da frente, seguir com o mesmo vento, que o trazia e o levava como em círculos para sua direção, e quanto mais ela o observava, mas o percebia deixando-se levar. Ele cauteloso, dava alguns passos e olhava para trás, com aquela duvida de que ela de sua janela o estaria observando. Acenava com a mão devagar, tão devagar que parecia que imitava uma de suas histórias mirabolantes, quando contava que a pequenos e lentos passos, o homezinho despedia-se da amante. Ela, com os olhos saltitantes, ensaiava