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Mostrando postagens de julho, 2011

A BOLSA

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E tudo é sensação de um tempo em que ela ainda sorria à toa, quando as palavras que mais lhe deixavam alertas eram as estranhas.   Carregava na bolsa um bloco de papel, uma caneta bic azul, um espelho quadrado com bordas alaranjadas e um batom sabor de morango com um tom escarlate, daqueles que parecem fazer sangue na boca. Mas a boca, já tinha sangue por si, pois as palavras que engoliu a vida toda a deixaram com a boca ao relento, recebendo a brisa que às vezes vinha quente e às vezes vinha fria. E nunca falava, nunca falava o que queria falar na hora certa. Sempre ficou o depois na sua garganta, sentia-se cansada de engolir interrupções abruptas. Mas ainda vivia seu presente anonimato, engolindo o fel e sua boca seca a cada dia vai fechando sem mesmo ela perceber. Agora se perdeu os risos, perdeu-se o caminho, perdeu-se nela. Quando se viu era partida ao chão em partes. Partes que parecia não juntar. A mente tinha cantos escuros que rapidamente multiplicavam-se e havia muros alt

UM ADEUS A LUA

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“O mar sempre encontra o rio. Sim. O mar sempre encontra o rio. Então, se minha vida é um mar, também encontrarei um rio.” Traduzo minha vida assim, desde muito tempo. Talvez por isso que teimo em certas situações, querendo fazê-las certas ou boas para mim. Hoje caminhei lentamente na praia, olhei as ondas e o mar estava agitado. É interessante ver o movimento das ondas, como mudam, no entanto não deixam de ser belas. Queria está tranqüila e aproveitar melhor esse final de tarde, mas hoje tudo está fatigante, tudo está sem ritmo. Sendo assim, sei que preciso colocar música na minha vida. É estranho quando olhamos pra dentro de nós, e mais estranho quando sabemos onde estão todos os erros. È estranho querer libertar-se e ao mesmo tempo prender-se. Assim como é estranho, idealizar um amor. Certa vez, alguém me disse que escolhia quando amava e quando deixava de amar. Não sei se isso é mesmo possível, mas comigo, até hoje não funcionou. Minhas emoções são intensas e sei que corro risc

Jura de Amor

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                                      Depois que tudo se aquietou, ela saiu e sentou-se em frente a casa, aos poucos foi juntando o silêncio do espaço e o silêncio dos seus passos. Quando conseguiu ordenar seus pensamentos embaraçados, ouviu barulhos e alvoroços, alvoroço e barulho. Não sabia ainda se preferia o silêncio, ou se preferia o alvoroço de suas idéias que gritavam interrompendo sua paz. Então resolveu fechar os olhos, ali sobre a grama verde, que começava a crescer no seu jardim, deitou-se, pensou em relaxar, pensou em encontrar saídas, pensou em se encontrar. Sabia o que queria, mas não sabia como realizar o que queria. Sabia que tudo o que era esperado, era também incerto, sabia que a felicidade ainda há pouco estava perto e que a borboleta até encostou-se em seus cabelos e afagou sua alma, sabia que precisava tranqüilizar-se e cuidar para que a grama continuasse limpa e verde e que o jardim florisse. Não queria dormir, mas não encontrava solução, enquanto acordada, entã