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Mostrando postagens de maio, 2011

EU NÃO IMAGINAVA

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Eu não imaginava que seria assim. E quem imagina? Como algo que chega de uma hora para outra e cerca seus caminhos com flores, de repente vira seu maior tormento? “Penso sempre em você.” Você escuta esta frase e    vai as nuvens. Passam dias, meses e você acha que é para sempre. Mas você esquece que essas palavras te levaram as nuvens e nuvens realmente passam. E nessa hora é que você diz: “Eu não imaginava que seria assim”. Mas é. E agora? Agora é encarar, lutar contra si e seu ego entristecido. É hora de se erguer. Não adianta lamentações, chorar noites e noites, não comer, não beber, não conversar. Não adianta viver a vida de quem quis sair da sua vida. Imaginar se ele ou ela pensa em você. Se é jogo que está fazendo. Não adianta nada disso. Agora é hora de dizer “Eu não imaginava, mas é assim. Essa é a realidade”. E a melhor forma de lutar contra o labirinto escuro e solitário que você se encontra é ascendendo à luz que você tem em você. É hora da virada. Hora de se amar, de sair

POLTRONA AVELUDADA

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Ando com medo das paredes ao redor Meia volta na esquina e tudo está ali Na minha frente um carro abre a porta Pessoas parecem trombar em mim Qual o preço de se viver? Tenho andado perdida na minha cidade Tenho visto tudo embaçado demais O farol dos carros não acende não acende E não sei se consigo achar o caminho de casa Quantas vezes andei sozinha por aqui Este caminho era meu Você ainda lembra? Ainda lembra que percorreu essa trilha comigo? Teve um tempo que nossas casas eram vizinhas De andares distantes E a minha companhia era o pouso leve De uma canção em meu peito Hoje vejo a vela acesa na minha frente e não sei se devo apagá-la A brisa vem e vai e continua indo e vindo O sol é vivo e esquenta meu corpo frio À noite eu queria esse sol Como eu queria tocá-lo Será que me queimaria com sua presença irradiante? O relógio já passa das dez e eu não tô nem ai se está tarde Se a rua está vazia se o perigo me acompanha Não tô nem aí para nada mas estou ligada em tudo e vejo que dois O

SONO

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“Talvez, hoje eu não seja a mesma, é, talvez, hoje eu não consiga expressar o que realmente desejo”, escrevia enquanto o choro avassalador do bebê, na casa vizinha, tirava o sossego da sua solidão. Avassalador talvez fosse um termo muito forte, pensava. Mas, desde que os vizinhos novos chegaram, ela perdera todo sossego, o casal era jovem e aparentemente normal. Já na primeira noite, escutou barulhos que duraram a madrugada inteira; a casa, que até o fim do mês estava abandonada, de repente parecia ser tomada por uma avalanche de pessoas desnorteadas. Quantas pessoas, afinal, havia naquela casa?! Quando chegaram, eram quatro. O homem, jovem, vinte e seis anos, com um aspecto calmo e gentil. A mulher mais jovem, ainda com dezenove anos, trazia o filho caçula de apenas seis meses no colo, enquanto o mais velho, de aproximadamente três anos, empurrava um carrinho e imitava o som da buzina como se ninguém estivesse ali, como se sempre estivessem ali, como se tudo agora fosse deles, inclu