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Mostrando postagens de 2010

A ROSA

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Um pouco ali, adiante, caminha uma mulher. Ela vem devagar, seu vestido é branco, longo, está descalça. Tem ingenuidade e pureza, seu sorriso é terno e o brilho do seu olhar encanta. Ela para, olha o jardim ao redor, pega uma rosa, uma rosa branca, cheira, suspira e segue seu caminho, com aquela rosa na mão. O jardim ao seu redor tem muitas rosas, tem borboletas, tem vida. Está ao seu alcance escolher a estrada que quiser andar, naquele jardim que mais parece um labirinto. Mas ela nem pensa nisso, continua caminhando. Agora, duas crianças brincam ao seu redor, isso a faz sorrir. Elas cantam o canto da felicidade, ela abaixa e as abraça. Levanta, olha para a rosa em sua mão e coloca a mão no seu coração, o suspiro é demorado, aguarda ansiosa a chegada de alguém que preencha esse espaço guardado dentro dela. Ainda longe, se aproxima um homem. Ele a olha e sorri, a roupa dele é azul, e na blusa alguns bordados; no bolso, o desenho de algumas estrelas. Ele aproxima-se, vem com passo

A MENINA FLOR

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Chove muito agora e a mais nova flor do jardim de dona Sara observa com medo o que acontece, ela ainda é pequena e frágil. Agarra-se perto da mãe. “Mãe será que esse aguaceiro vai me levar?”   “Calma, filha, é chuva passageira, aquelas de verão, que vem forte, mas logo acalma, só veio para refrescar um pouco.” A florzinha acalma-se um pouco com a palavra da mãe e fica no movimento de fechar e abrir dos olhos, abre curiosa pra ver se diminuiu a chuva, fecha espantada quando o vento vem tão forte que parece querer    levá-la embora. Dona Sara vem chegando com um enorme guarda-chuva, vem com sacolas de compras na mão, junto com a filha. “Ah,    Simone! Veja que chuva forte, e minhas roseiras, espero que esse vento não arranque minhas rosas”, fala, entrando na casa, fugindo do vendaval. A menina flor observa e fica intrigada. “Mãe, porque dona Sara se preocupa com as roseiras? E nós? Ontem, escutei ela falar pra vizinha que as rosas são cheirosas e que são muito usadas pelos enamor

RENASCER

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Mas agora nem é dia, nem tem pássaros cantando nesse instante, mas sinto vida, me sinto viva. As amarras do meu corpo esquisito, que se impelia ao encontro brusco de desprazeres, eu soltei. Não basta fechar os olhos, fazer uma reza e esperar que tudo que te maltrata acabe, que a fada madrinha apareça ou o gênio com a lâmpada mágica te conceda três míseros pedidos. Tua vida é bem maior que isso, quem tem o poder de resolvê-la é você. O bom é que todos os dias existe a possibilidade da mudança, o segredo é querer mudar e não desejar permanecer covardemente inerte, numa situação que não faz nada por você. Que te sufoca, te contraria, te maltrata ou te faz descer ao mais baixo grau do desamor. Sim, porque aprendi a me amar, e, amar a si, não é tão fácil, a briga que temos até descobrir o que somos, o que queremos é tremendamente irritante e exige coragem para assumir os próprios defeitos e enxergar mesmo que te corte ao meio a dor, ou que te arraste em calçadas sujas e te faça comer o pó

AMOR

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Porque o amor não é um sentimento vazio... O amor não se acha na esquina O amor vem... Simplesmente invade o coração. Quando eu era apenas um pedacinho de você, Você me amou. Me deu a vida e me ajudou a seguir . Quando eu era uma menina   cheia de sonhos, Você também me amou, me ensinou que os sonhos podem se realizar. O tempo passou e já não sou mais uma menina, porém, continuo sendo um pedaço de você. E saiba que o amor   que lhe fez me gerar está aqui comigo, dentro do meu interior. Não foi planejado também, mas quando vi você   e você me olhou ternamente me dando seu seio, o amor que já era seu e que agora estava em mim, floriu. E o passar do tempo só fez com que ele aumentasse. Portanto, mãe, saiba que o amor que sinto por ti está além de tudo mais belo que há em mim. Está na força da minha vida na direção que eu sigo.   ℓ૯ฑฑ૯ Da ฑ tas   ღ Não se mede o tamanho, não é planejado.

O EMBRULHO

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   Cabisbaixa, andava na rua sem pressa, bolsa na mão como que largada, seguia intuitivamente os passos para casa. As lágrimas desciam aos olhos e perguntava-se: “Como isso aconteceu? Porque comigo?” Ela não conformava-se de ser enganada, traída e abandonada por Davi, o homem por quem ela apaixonara-se perdidamente.  Hoje, não vou trabalhar, preciso unir minhas ideias, ter certeza que não é um pesadelo. As frases que ela escutara soavam como sinos em sua mente, chegavam a doer de tão fortes que eram. Abre a porta, olha tudo ao redor, a sala que até ontem era o local preferido de assistirem filmes aos domingos, quando juntos faziam pipoca e falavam de tudo, e brincavam, e se amavam. Larga a bolsa no sofá, tira a sandália e vai à cozinha: “Preciso tomar um café”, e as palavras se repetiam novamente. “ACABOU!” Foi assim, seis letras, apenas seis letras que destruíram a minha vida. “ACABOU!” Aquilo soava cada vez mais forte. Sentou-se à mesa, adoçou o café, baixou a cabeça e chorou, ch

MINHA NAMORADA

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Ele saiu de casa às sete da manhã, como fazia sempre, gostava de ir cedo, de bicicleta, porque acompanhava o movimento dos carros, das pessoas, observava o dia e aproveitava para fotografar alguma cena inusitada. Bateu a porta, verificou a mochila, estava tudo certo. “Ops!”,    disse ele, voltando à porta e se dirigindo ao interior da casa. Havia esquecido a carteira — junto da carteira, a foto de Diana. “Poxa vida, preciso ligar para ela mais tarde.” Diana, sua namorada há nove meses, pele clara, loira. Ontem, havia discutido com ele a noite toda. “Pedro, porque você nunca me fotografa? Por que não falou do concurso que haveria hoje?” “Por nada, amor, é que nem passou pela minha cabeça. Mesmo assim você não ia querer participar de nenhum concurso.” “Por que acha que não tenho capacidade?” Pegou a bolsa e saiu zangada. Ele desvia a atenção de seus pensamentos e sai de casa, já atrasado, fecha a porta, coloca o cachecol, o tempo está frio e o dia vai ser duro, pensa ele. Ao entr