MINHA GRAVIDEZ







Eu sempre observava, era do tipo de grávida que adorava exibir a barriga, porque fiz um barrigão enorme. Sou pequena, de longe você via aquela barriga, e sempre a nossa barriga é a mais bonita, o filho mexeu primeiro ou mexe mais forte. A primeira vez foi difícil, porque não queríamos filhos ainda. Quando soube, fiquei assustada e, de certa forma, não acreditei. Foi na época do comprimido de farinha que saiu noFantástico. Infelizmente, joguei fora a cartela e perdi a pensão do governo (risos). Daí, tudo mudou quando ele se mexeu, chorei, gritei, corri chamando todo o mundo e passei a amá-lo como nunca amei alguém antes.

Não me sentia gorda e feia, o que me importava era escutar as batidas do coração dele. Quando chegamos ao médico, foi emocionante. Lembro-me de uma vez que uma enfermeira me consultou, porque o médico não foi trabalhar, era um hospital público e já viu... Daí, falou uma besteira, não auscultou direito, disse: “Que esquisito, tem que bater uma ultra, é muito fraco”, e me pesou, mandou sair e voltar no dia seguinte. Quando saí, fui chorando até minha casa, não suportava a dor de imaginar que ele não estava bem. Quando vi minha mãe, abri a boca. No outro dia, fui até lá, bati a ultra e estava tudo bem. Não tive muitos desejos, enjoei de feijão. Viajei para o Rio Grande do Norte de moto aos cinco meses e, quando cheguei lá, na casa da minha amiga, senti o cheiro de feijão da mãe dela. Nesse dia, comi uma panela de feijão e o enjôo acabou.

Sentia-me completa, você sente um orgulho de estar grávida e, ao mesmo tempo, um cuidado excessivo com sua barriga. Toda grávida coloca a mão na barriga de vez em quando (risos). É como se quisesse proteger o bebê.Com o tempo, tudo fica mais forte. Eles crescem, mexem mais e fazem onda dentro da gente. A vontade de ver é tremenda, você sabe que vai sentir dor para nascer, mas não se lembra disso, quer o bebê.

Cada gravidez é diferente. A Emily foi calma, tive plano de saúde, tudo certinho, mas enrolou o pescoço no cordão, mas não senti dor, e quando me falaram que era menina, quase não parei de chorar. Engordei muito, inchei, mas é a realização de um milagre. Ela era tão pequenininha, nasceu de oito meses. Você sente que dentro de você é você, mas não é você, é o que você tem de mais importante no mundo, agora.

É mais ou menos assim.


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