MATARAM A MENINA!


  
 
Mataram a menina, exilaram, jogaram numa ilha, fecharam a entrada para o mar com paredes de concreto. Ela se viu trancada, sem saída. As nuvens cruéis tamparam os raios solares. A ilha é grande, tem vida nela, mas ela não vê, está sentada de cabeça baixa sobre as pernas e não encontra caminho para a fuga.

Lá fora, o mar continua vivo, os peixes nadam, as ondas agitam-se. O Sol brilha. Onde está ela? Pergunta o vento, que vem das áreas chuvosas e ajudam a germinar novas vidas. E traz chuva e chove, chove, chove. Ela agora olha ao redor, sente os pingos de chuva em seu corpo. Mas não se move, está presa, sozinha, anda em círculos.

A chuva passa, o Sol volta a brilhar, o mar sussurra felicidade. De longe, ela escuta, levanta e caminha até os portões que a separam do mar. Vê beleza e movimento. Mas olha atrás de si e não acha forças para lutar e sair dali. Então, volta ainda, seguindo suas pegadas, exatamente os mesmos passos até o lugar onde sentava, senta-se, abaixa a cabeça e chora.

Mataram a menina!


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