Tenho dias perdidos em mãos que não me encontram.

E o que eu posso te falar,
que já não esteja em seu coração?
O que posso te mostrar, que já não esteja em seus sonhos?
O que posso escrever que você já não tenha lido?
Que você já não tenha rabiscado nas
suas paredes ? O que posso eu ? O que ainda posso eu?
Sem mais , estarei em silêncio . Um silêncio cortante
onde apenas a brisa a todo instante me
faz lembrar os sussurros das noites vazias.
O que ainda farei ? Para onde vou levar meus passos?
Não sei. E se ousar contar posso está errada.
Mas tu que sabes onde repousa meu silêncio.
Porque não me diz?
Porque não ergue a mão e levanta-me?
Mas tu, que poderia levantar-me, onde estás?
Onde estás que não encontro?
Onde e pra qual estrela devo olhar e pedir rendição?
Onde é teu céu? Pergunto e não encontro respostas.
Meu céu, silencia agora. Mas minha voz contida não cansa.
Sem entender, deixo o que é .
O que é talvez seja minha liberdade.
Ou seja minha fuga.
Ou apenas seja minhas feridas vivas em chamas.
Não tenho mais razões, nem sei como usar os sentimentos.
Mas a muralha não é forte o suficiente.
Não sou sempre assim.
Não sou triste assim.
Mas tenho dias de poucos sorrisos e de devaneios.
Tenho dias perdidos em mãos
que não me encontram.

_____Lene Dantas.






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