CIRANDA

Na ciranda, escapulia suas mãos das mãos. Escapulia quando mais desejava, quando mais precisava. E tudo o que queria... E tudo o que quer é: Alguém que segure sua mão. Alguém que a ache alguém. Nem o tempo resolveu suas questões. Tinha desejos alheios a ela própria o tempo todo falava de si pra si, como se o mundo não fosse além dali, não fosse além do seu quintal com todas aquelas roupas mal penduradas, levadas de um lado para o outro com o vento. Ontem foi ao centro e sentiu-se apaixonada pela fivela da sandália que virou sua gula, por um instante sentiu-se escrava como se a sandália a comprasse, como se mais tarde a sandália que fosse calça-la, como se ela pudesse entre outras...